| Na próxima segunda-feira (25/11), entre 9h e 16h, a Poli-UFRJ promove o Dia da Carreira. A programação do evento é voltada aos alunos de Engenharia que estejam em busca de uma oportunidade de estágio ou trainee no mercado de trabalho. As principais empresas de recrutamento e seleção estarão à disposição para tirar dúvidas e apresentar durante palestras e outras atividades como o aluno pode se destacar nos processos seletivos. Estão confirmadas as agências Mudes, Capacitare, Ciee e Nube. A abertura do Dia da Carreira contará com a participação da Diretora da Escola Politécnica, Cláudia Morgado e da Diretora Adjunta de Desenvolvimento e Carreira, Maria Alice Ferruccio. Não perca essa oportunidade de melhorar sua carreira! Convide um amigo e apareça na próxima segunda-feira, dia 25 de novembro às 9 horas, na sala D220. Não é necessária inscrição prévia para participar. Programação: 9h: abertura do evento 9h30 – 10h45: CIEE 10h45 – 11h: intervalo 11h – 12h15: MUDES 13h15 – 14h30: CAPACITARE 14h30 – 14h45: intervalo 14h45 – 16h: NUBE 16h: encerramento |
| 25/11/2019 Escola Politécnica da UFRJ |
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Alunos de Engenharia Nuclear da Poli-UFRJ ficam entre os melhores em competição internacional

Os alunos de graduação em Engenharia Nuclear da Escola Politécnica da UFRJ (Poli-UFRJ) Thiago Almeida e Lucas Schmidt ficaram entre os finalistas da Olimpíada Nuclear Mundial, organizada pela World Nuclear University (WNU). A competição aconteceu no dia 1º de novembro, na sede da Agência Internacional de Energia Atómica, em Viena, na Áustria, tendo como vencedora a equipe do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
“Mesmo não trazendo o troféu para casa, a participação na olimpíada serviu de ensino para ambos, que se desenvolveram bastante ao longo dos meses de trabalho. Tenho certeza de que foi uma oportunidade única para a formação profissional deles. Sem contar a oportunidade de conhecer a agência, uma cultura diferente, fazer novos contatos e aprofundar conhecimentos em outros campos da engenharia nuclear”, avaliou a professora da Poli/Coppe-UFRJ e orientadora, Andressa Nicolau.
A Olimpíada consistiu em três etapas anteriores à final. O estágio 1 desafiou os participantes a enviar um vídeo sobre qualquer aplicação de tecnologias nucleares. A equipe da Poli-UFRJ produziu um vídeo chamando atenção para dessalinização da água do mar. Já no estágio seguinte foi realizada uma entrevista oral para testar o conhecimento de tecnologias nucleares, habilidades de comunicação e motivação. “Essa etapa não valia pontos, mas poderia ter débito de pontos, caso tivéssemos um desempenho ruim na entrevista, o que não aconteceu”, lembrou o aluno Thiago, que reforça a importância de os futuros engenheiros terem fluência em outro idioma.
O estágio 3 exigiu que os alunos elaborassem um relatório sobre os resultados de uma pesquisa pública sobre Radiofármacos para apresentá-lo na etapa final, durante o Simpósio Internacional de Tendências em Radiofármacos, momento que sagrou a equipe do CDTN/CNEN como vencedora.
“A participação frequente de alunos da Poli-UFRJ em finais da olimpíada nuclear mundial mostra a competência da instituição em preparar alunos qualificados para o setor nuclear, e que estamos no caminho certo. Em 2015 uma de nossas alunas, a Alice Cunha, foi a campeã, e desde então temos participado de todas as edições da olimpíada. Além disso, a participação reforça que os alunos da UFRJ têm capacidade e formação melhor do que muitos outros alunos formados em países mais desenvolvidos que o Brasil”, concluiu a orientadora.
Confira o vídeo e o relatório apresentado pelos alunos da Poli-UFRJ na Olimpíada.
Alunos da Poli-UFRJ são premiados no VIII Prêmio CREA-RJ de Trabalhos Científicos e Tecnológicos. UFRJ foi a instituição de ensino com a maior quantidade de prêmios conquistados
Em clima de festa, 15 trabalhos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foram premiados em cerimônia do VIII Prêmio CREA-RJ de Trabalhos Científicos e Tecnológicos, realizada no último dia 13, no Clube de Engenharia. Destes, oito trabalhos foram feitos por alunos da Escola Politécnica da UFRJ (Poli-UFRJ).A UFRJ foi a instituição de ensino com maior quantidade de prêmios conquistados.
O objetivo da premiação é estreitar os laços do Conselho com a comunidade acadêmica, divulgando e valorizando a produção científica dos estudantes e seus professores, além de reconhecer os melhores trabalhos nas categorias graduação de nível superior e médio-técnico, mestrado e doutorado.
Representando a diretora da Poli-UFRJ, prof.ª Cláudia Morgado, o vice-diretor, prof. Vinícius Cardoso, reforçou a importância do CREA-RJ e da conquista da UFRJ. “O CREA é a nossa instituição acreditadora, é quem nos autoriza o exercício da função e, assim, é uma voz fundamental na formação de engenheiros. É também a partir das atribuições fixadas pelo CREA que podemos ajustar nossos cursos. A UFRJ está de parabéns pela quantidade expressiva de prêmios”, destacou o vice-diretor.
Com um trabalho que aborda a exploração de uma fonte de energia limpa, a aluna do Programa de Engenharia Urbana (PEU/POLI/UFRJ),Clerismar Fernandes, comemorou: “Estou feliz com a premiação. É gratificante, em especial, pela jornada até aqui. O reconhecimento do PEU e do CREA me faz crer que posso em ir além e que tenho potencial para contribuir ainda mais com o ambiente acadêmico e técnico.”
Também premiado, o aluno de Engenharia Civil, Marco Felipe Fialho, considerouque o seu trabalho possa contribuir para área de análise dinâmica de solo que, segundo ele, não costuma fazer parte da formação regular do engenheiro civil brasileiro. “É uma honra poder receber este prêmio. Premiações como esta auxiliam na aproximação entre as áreas acadêmica e prática de engenharia, estimulando a sinergia entre elas”, contou.
Já o aluno Ramiro Ramos, de Engenharia Naval e Oceânica, concorreu com um trabalho que faz uma análise da força que o vento aplica sobre os navios atracados. De acordo com ele, o tema é de grande relevância, pois, com navios cada vez maiores, os métodos tradicionais de atracação precisam ser revistos a fim de evitar acidentes. “O prêmio me dá mais ânimo para continuar a desenvolver projetos científicos”, relevou.
Acompanhada dos alunos premiados Laís Pereira Ponte e André Carneiro Porto, a coordenadora de Engenharia Ambiental, prof.ª Monica Pertel, explicou que o curso procura, por meio dos trabalhos de conclusão, deixar uma contribuição para a sociedade, buscando temas de profundo interesse ambiental e, por conseguinte, de toda a sociedade.“O assunto premiado é um exemplo dessa relevância e da aplicabilidade”.
A cerimônia de premiação contou com a presença do presidente do CREA-RJ, Luiz Antônio Cosenza; do presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino; do coordenador da Comissão de Educação do CREA-RJ, Rafael de Oliveira Mota; do decano da Engenharia da UFRJ, Walter IssamuSuemitsu; do reitor do Instituto Militar de Engenharia (IME), Armando Morado Ferreira; do representante do Confea, Jorge Luiz Bitencourt da Rocha; e do diretor geral da Mutua RJ, Luiz Felipe Pupe.
Abaixo, a lista de alunos e projetos premiados da Poli-UFRJ:
– LEONARDO CATALANI CORREA (ENGENHARIA ELÉTRICA)
Projeto de um rack fotovoltaico móvel para pequenos serviços técnicos
Orientador: Jorge Luiz do Nascimento
– LAIS PEREIRA PONTE E ANDRÉ CARNEIRO PORTO (ENGENHARIA AMBIENTAL)
Análise da taxa de renovação e idade da água do sistema estuarino da baía de Guanabara
Orientador: Paulo César ColonnaRosman
– GABRIELLA CUNHA COSTA MIRANDA (ENGENHARIA DE MATERIAIS)
Produção e operação de pilhas a combustível de óxido sólido suportadas pelo anodo
Orientadores: Paulo Emílio V. Miranda / Bernardo J. M. Sarruf
– CLERISMAR FERNANDES DA SILVA (PEU/POLI)
Energia solar no meio urbano: análise para diferentes formas urbanas
Orientadora: Patrícia Regina Chaves Drach
Co-orientadora: Gisele Silva Barbosa
– TAYNA CRISTINA GERMANO DA SILVA (ENGENHARIA METALÚRGICA) – Desenvolvimento de ligas de alta entropia a base de ti-zr-nb para aplicação biomédica
Orientadora: Rafaella Martins Ribeiro
– GABRIEL ANTONIO FONTES REBELLO (ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO E INFORMAÇÃO)
Encadeamento seguro de funções virtuais de rede baseado em correntes de blocos
Orientador: Otto Carlos Muniz Bandeira Duarte
– RAMIRO FERNANDES RAMOS (ENGENHARIA NAVAL)
Análise do comportamento de navios atracados quando submetidos à força do vento
Orientador: Jean-David Job Emmanuel Marie Caprace
– MARCO FELIPE FIALHO SANTOS (ENGENHARIA CIVIL)
Estudo bidimensional da interação dinâmica estrutura-solo-estrutura
Orientador: Sergio Hampshire de Carvalho Santos
18/11/2019
Escola Politécnica da UFRJ
14° edição da SPEtro debate o futuro da indústria
| A 14° edição da Semana da Engenharia de Petróleo (SPEtro), que aconteceu entre os dias 4 e 8 de novembro, trouxe importantes debates sobre a Indústria 4.0, a participação feminina no setor de óleo e gás e a utilização de inteligência artificial. Liderados pela professora da Poli-UFRJ, Juliana Baioco, a semana acadêmica foi totalmente organizada pelos alunos da Poli-UFRJ, majoritariamente da graduação em Engenharia de Petróleo vinculados à Liga de Petróleo da UFRJ e ao Capítulo de Estudantes SPE/UFRJ; que em sua trajetória já ofereceram mais de 315 palestras, 210 minicursos e contaram com aproximadamente 5 mil participantes.Após ter participado da organização da SPEtro como aluna nas duas primeiras edições, Juliana Baioco assumiu pela primeira vez neste ano como professora coordenadora da semana acadêmica. Para ela, trata-se de uma experiência essencial para o crescimento pessoal e profissional dos alunos, pois além de absorverem conhecimento técnico por meio das palestras, também se responsabilizam pela organização do evento. “Para os alunos e para a universidade como um todo, acredito que a SPEtro é uma forma excepcional de adquirir conhecimento além da sala de aula. Ouvindo profissionais que estão lidando no dia-a-dia com a indústria de petróleo, absorvendo um pouco da experiência desses profissionais e fazendo networking”, afirma a professora.Embora seja um evento focado na Engenharia de Petróleo, alunos de outros cursos também participaram. Como o aluno Gustavo Stefano, do 6° período de Engenharia Naval e Oceânica. Ele aproveitou para compartilhar a experiência durante a semana acadêmica. “Acho que tiveram muitas palestras que agregaram na minha formação e na de alunos de outras áreas, não só a de Engenharia de Petróleo”, considerou.Giovana Drumond, que se graduou na Poli-UFRJ e agora cursa doutorado em Engenharia Naval, já chegou a organizar duas edições da SPEtro. Mas desta vez, voltou à Escola Politécnica para compartilhar a sua experiência profissional com os alunos na mesa-redonda “Ex-alunos de Engenharia que atuam na Indústria do Petróleo”, do último dia (08/11) de evento. “É muito importante que o aluno tenha contato com a indústria e com os profissionais da área. Quando eu ainda estava na graduação na Poli, foi bem importante para mim”, afirmou.A programação da SPEtro contou com palestras, mesas-redondas e minicursos a respeito de novas tecnologias, instalações offshore, tecnologia subsea, mulheres nas etapas das cadeias produtivas, descomissionamento, sistemas submarinos, inteligência artificial e data science, Indústria 4.0, simulação computacional em poços, segurança operacional, entre outros assuntos. Além disso, também foram realizadas visitas técnicas em empresas com o intuito de estabelecer maior contato dos alunos da Poli-UFRJ com grandes nomes da indústria, como a multinacional americana, Halliburton Company – que é uma das maiores empresas de serviços para campos petrolíferos e um dos principais prestadores de serviços de engenharia e construção – e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), um dos complexos de pesquisa aplicada mais importante do mundo.A SPEtro é um dos maiores e mais antigos eventos realizados por alunos de Engenharia de Petróleo do Brasil, surgindo juntamente com a primeira turma do curso de Engenharia de Petróleo da UFRJ. “Essa edição teve um tema bastante relevante, que certamente irá nortear o futuro da indústria. Acredito que para as próximas edições, com a retomada do crescimento do setor, consigamos crescer ainda mais”, conclui a professora Juliana Baioco. |
| 18/11/2019 Escola Politécnica da UFRJ |
Homenagens e debates sobre equidade de gênero marcam o Dia do Professor na Poli

A Direção da Escola Politécnica da UFRJ aproveitou o Dia do Professor (15/10) para homenagear algumas das pioneiras na docência da Engenharia no Brasil e colocar em pauta o debate sobre equidade de gênero no “Café & Conversa”. A primeira edição do evento reuniu cerca de 25 participantes, entre professoras lotadas na Poli-UFRJ e em outras unidades, que puderam refletir juntas sobre a importância de reconhecer e valorizar a presença feminina em espaços de poder e no ambiente universitário de forma igualitária.
Foram homenageadas as engenheiras Alcina Corrêa Koenow Pinheiro (1919-1995), Carmen Portinho (1903-2001), Eloísa Biasotto Mano (1924-2019), Aïda Espínola (1920-2015) e Hebe Labarthe Martelli (1919-2013), com a distribuição de uma publicação com o resumo da trajetória de cada uma delas e o registro de como impactaram a Engenharia no país. Na apresentação da publicação, um texto sobre a importância da igualdade de gênero na Engenharia. (Confira a edição digital da revista no fim do texto.)
No início do primeiro semestre letivo deste ano, a diretora da Poli-UFRJ, Cláudia Morgado, decidiu que o ano de 2019 seria dedicado à campanha “Esse Lugar Também É Meu”, que tem como proposta pensar e agir para que a presença feminina na Engenharia tenha tanto peso e incentivo como à masculina. Outro ponto importante da campanha é estimular as alunas a alertarem a diretoria sobre quaisquer situações de assédio ou casos de discriminação de gênero que estejam prejudicando sua saúde mental e/ou formação acadêmica. “Houve o desejo de não só revelar o problema, mas também atuar na prevenção para que as alunas tenham força para denunciar e, assim, criarmos um ambiente acolhedor”, disse a diretora.
Desde então, a Poli-UFRJ realizou em maio o evento “Mais Mulheres na Engenharia”, abordando os desafios relacionados à discriminação de gênero em espaços de poder; em setembro foi promovida a “Semana da Saúde Mental”, que em um dos dias contou com uma programação específica voltada para os homens refletirem formas de evitar o machismo, chamada “Homem em círculo: qual a masculinidade que te serve?”.
Durante o Café & Conversa, Cristina Riche, reforçou que a Ouvidoria da UFRJ é um canal pelo qual as alunas ou mesmo professoras podem recorrer. Segundo ela, é preciso “multiplicar a força feminina na universidade e lutar para que a equidade de gênero seja uma realidade e não só um princípio”. (Ao final desse texto, o contato da Ouvidoria para denúncia de qualquer tipo de ação discriminatória.)
Participaram da mesa, que sucedeu uma confraternização com um lanche; Cristina Riche, Ouvidora-Geral da UFRJ; Maria Inês Tavares, Diretora do IMA/UFRJ; Lavínia Borges, Diretora Acadêmica da COPPE-UFRJ; Cláudia Morgado, Diretora da Poli-UFRJ; Fabiana Valéria da Fonseca, Vice-Diretora da Escola de Química da UFRJ; Marilda Duboc, Substituta eventual do diretor do NIDES; Cássia Turci, Decana do CCMN.
Link da revista “Mais Mulheres na Engenharia”:
Site da Ouvidoria da UFRJ: www.ouvidoria.ufrj.br
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06/11/2019
Escola Politécnica da UFRJ
Assédio moral e importância do sono são temas em comemoração ao Dia do Servidor

No dia 28 de outubro comemora-se o Dia do Servidor Público e para agradecer e homenagear aqueles que contribuem com o crescimento da instituição, a direção da Escola Politécnica promoveu no último dia do mês o seminário “Ambiente Saudável, Trabalho Produtivo e Serviço Público de Qualidade”. Ao todo, 30 pessoas, entre professores e funcionários técnicos, participaram do evento que contou com um coquetel ao final das palestras.
Mediada pela Vice-Presidente da Comissão de Pessoal da Poli-UFRJ, Ana Paula Duarte Moreira, a mesa de abertura teve em sua composição o Diretor de Ensino e Extensão da Politécnica/UFRJ, Prof. Edilberto Strauss; o Diretor de Desenvolvimento Humano da Politécnica/UFRJ, Ricardo Jullian; e a Chefe do Setor de Integração e Aperfeiçoamento de pessoas – SIAP da Decania do Centro de Tecnologia, Regina Magalhães. “É muito importante não só comemorar, mas também defender o serviço público de qualidade como um direito à população. E que nós todos nos orgulhemos do nosso trabalho”, disse Jullian.
Visando conscientizar os servidores, a palestra da Dra. Cynthia Maria Simões Lopes — Procuradora Regional do Trabalho do MPT e Representante Suplente da Coordenadoria Nacional em Defesa do Meio Ambiente do Trabalho — abordou o assédio moral no local de trabalho e os mecanismos que a vítima e as testemunhas têm legalmente de se protegerem de lideranças e meios de trabalho abusivos.
Em seguida, a Dra. Maria Christina Rodrigues Menezes — Médica do Trabalho, Consultora Técnica em Saúde Ocupacional BIOS e Ex-Sub-Secretária de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Secretaria de Estado do Trabalho do Rio de Janeiro — palestrou sobre a importância do sono para melhorar a produtividade e assimilação de tarefas no trabalho e aproveitou também o momento para estimular a prática de atividades lúdicas com os participantes a fim de demonstrar a importância do alongamento laboral e do apoio entre os colegas de trabalho.
Ao final, a diretora da Escola Politécnica, professora Cláudia Morgado, presenteou as palestrantes com orquídeas e um livro sobre a história da Politécnica.
“Eu achei todas as palestras essenciais e gostaria que durassem mais tempo, pois todas foram bem informativas e interessantes não só para o dia a dia da nossa vida profissional, mas também pessoal, para o nosso autoconhecimento”, comentou Luzia Faria de Jesus, Assistente Administrativa da Poli-UFRJ, sobre o seminário.
Professores da Poli-UFRJ são contemplados em editais da Faperj

Sete professores vinculados à Escola Politécnica da UFRJ tiveram seus projetos aprovados nos editais Programa Cientista do Nosso Estado (CNE) e Programa Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – Faperj. Entre as 25 instituições contempladas, a UFRJ foi a que recebeu o maior número de bolsas (119); e das Grandes Áreas do conhecimento a Engenharia ficou em 4° lugar com 41 bolsas disponibilizadas às universidades participantes.
O programa Cientista do Nosso Estado (CNE) é destinado a professores de reconhecida liderança em sua área, com produção científica e/ou tecnológica de alta qualidade nos últimos cinco anos, compatível com o nível de Pesquisador 1 do CNPq. Já o Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE) é voltado aos pesquisadores em fase intermediária da carreira acadêmica, que possuem o grau de doutor há menos de 10 anos – com data de defesa do doutoramento a partir de 1º de agosto de 2008 – e também com produção científica e/ou tecnológica de alta qualidade nos últimos cinco anos. Todos devem estar vinculados a instituições de ensino e pesquisa sediadas no estado do Rio de Janeiro.
Ambos os programas têm como objetivo apoiar, por meio de concorrência, projetos coordenados por pesquisadores de reconhecida liderança em sua área, com vínculo empregatício em instituições de ensino e pesquisa sediadas no Estado do Rio de Janeiro. As propostas selecionadas receberão recursos mensais no valor de R$3 mil por até 36 meses, como apoio para o desenvolvimento dos projetos dos pesquisadores apoiados. Conforme a Faperj estabelece, eles têm o compromisso de desenvolver, em cada um dos anos de vigência de suas bolsas, ao menos uma atividade científica/tecnológica (palestra, curso, exposição etc.) para alunos de escolas públicas (níveis fundamental ou médio) sediadas no Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o professor Ademir Xavier da Silva, um dos professores da Poli-UFRJ contemplados no CNE, a conquista da bolsa é algo que beneficia também tanto os alunos de graduação quanto os de pós-graduação. “O alunos da graduação participam através de Iniciação Científica e Trabalhos Conclusão de Curso em Engenharia Nuclear da Escola Politécnica. Alunos dos cursos de Mestrado e Doutorado do Programa de Engenharia Nuclear também estão envolvidos no projeto contemplado”, comenta o professor que teve aprovado um projeto que pretende determinar e analisar os níveis de concentrações de radionuclídeos naturais e artificiais presentes nos principais alimentos consumidos pela população do Estado do Rio de Janeiro.
Para o professor Assed Naked Haddad, do Departamento de Construção Civil da Poli-UFRJ, “a graduação, o exercício profissional e a pesquisa devem se retroalimentar”. Segundo ele, isso significa que a pesquisa é parte fundamental para construir um ensino de qualidade que posteriormente resulte em oportunidades profissionais e melhorias para o setor da área pesquisada.
Carmen Lucia Tancredo Borges, professora de Engenharia Elétrica e Diretora Adjunta de Relações Internacionais (DARI) da Poli-UFRJ,começou como pesquisadora da Faperj em 2007 pelo programa Jovem Cientista do Nosso Estado e neste último edital busca, por meio de seu projeto, avaliar se o sistema elétrico consegue atender a demanda de energia, levando em consideração o nível de confiabilidade da geração fotovoltaica.
Segundo a professora, como as instituições públicas possuem algumas restrições financeiras que impossibilitam o desenvolvimento pleno das pesquisas, programas de fomento como esse permitem melhorar as condições de trabalho do pesquisador através da compra de material, reparo de equipamentos, custeio de viagens para divulgação dos resultados do projeto e até o oferecimento de bolsas de iniciação científica para que os alunos auxiliem o pesquisador no projeto.
“É um reconhecimento que o pesquisador recebe pela contribuição que ele dá para a sua área de expertise e que serve para melhorar as condições de trabalho da instituição de ensino. Todo mundo ganha com isso”, afirma. Mas, para ela, a bolsa remunerada de iniciação científica é um mero detalhe que pode motivar os alunos na pesquisa, o exemplo ainda é o maior incentivador. “Todo tipo de motivação é através do exemplo, não acredito que você motive ninguém através do discurso. A melhor forma de você motivar o aluno na pesquisa é sendo apaixonado por ela”, conclui a professora Carmen Lúcia.
Palestras sobre a construção e a manutenção da Ponte Rio-Niterói celebram 45 anos de sua inauguração
Inaugurada em 1974, a Ponte Rio-Niterói é um dos feitos notáveis da engenharia brasileira e seus 45 anos foram comemorados pela Escola Politécnica da UFRJ (Poli-UFRJ) com evento que reuniu os principais engenheiros envolvidos no desenvolvimento do projeto, construção, melhoria de desempenho dinâmico e manutenção da ponte no dia 30 de outubro. Na ocasião, o professor emérito Benjamin Ernani Diaz foi homenageado em Sessão Solene da Congregação da Poli-UFRJ com a medalha André Rebouças.
“Os engenheiros brasileiros precisam dar mais valor ao seu potencial. Soluções brilhantes podem ser encontradas dentro do nosso país, ao invés de serem buscadas no exterior”. A afirmação foi da coordenadora do Programa Projeto de Estruturas da Escola Politécnica da UFRJ (PPE/Poli-UFRJ), prof.ª Maria Cascão Ferreira de Almeida, ao fim do evento,tendotambém destacado na abertura o importante papel de ex-alunos e professores da instituição na construção da maior ponte do hemisfério sul e uma das maiores do mundo.
Com o auditóriocheio e na presença de engenheiros, representantes de entidades e alunos de graduação e pós graduação, a programação teve início com a palestra proferida pelo professor emérito da Poli-UFRJ Benjamin Ernani Diaz, responsável técnico pelo projeto da ponte, juntamente com Antônio Alves de Noronha Filho, no primeiro escritório de engenharia civil do país a utilizar computadores para realizar cálculos numéricos de estruturas.
Ele lembrou das dificuldades enfrentadas pelos engenheiros durante o processo de elaboração do projeto e como conseguiram superá-las. “Naquela época houve um salto drástico com o uso de computadores e programas primários, já que usávamos anteriormente desenho em papel vegetal, feitos à mão. Hoje,existem diversos programas disponíveis que podem fazer análises ou modelagem, em poucos dias. Certamente, o tempo de conclusão do projeto seria menor e a precisão maior, resultando em uma solução mais completa”. E fez questão de reforçar: “Dentro do contexto atual, a ponte ainda é moderna mesmo para os cálculos efetuados no passado”.
Segundo o engenheiro e professor, os alunos da Poli-UFRJ têm que aprender a lidar com problemas complexos e utilizar cada vez mais sofisticados programas de computador. “É preciso conhecer a base destas ferramentas para entender como determinada obra foi construída”, alertou.
O professor Ernani fez uma segunda palestra, a partir da apresentação preparada pelo engenheiro Bruno Contarini, impossibilitado de comparecer ao evento por motivo de saúde. Falou sobre os grandes desafios construtivos vencidos durante a obra da Ponte Rio-Niterói.
Em seguida, o pesquisador do Programa de Engenharia Civil da Coppe/UFRJ Ronaldo Battista explicou como o projeto “Atenuadores Dinâmicos Sincronizados (ADS)” liderado por ele conseguiu reduzir em mais de 80% as oscilações provocadas pelo vento no vão central da ponteem2004.Os ventos alcançavam cerca de 55 km/h e provocavam oscilções na estrutura, interrompendo a circulação de veículos e até pânico para os motoristas que presenciavam a situação.
O gerente de engenharia na Concessionária Ecoponte, Fabio Stocco, trouxe ao público um históricodas reformas realizadas na ponte, melhorias que estão previstas e rotina de manutenção da estrutura e de seus acessos. O encerramento ficou a cargo do engenheiro Carlos Siqueira, que atuou na fiscalização da construção e até hoje atua na manutenção da ponte. “Uma obra emblemática, segura, exemplo de manutenção. A ponte recebe delegações do mundo inteiro e nos leva para China, Nigéria e Índia, para dar aula e mostrar como fazer manutenção”, contou Siqueira.
Também estiveram presentes para compor a mesa os diretores adjuntos, prof.ºEduardo Qualharini, da diretoria adjunta de Projetos e Relações Institucionais (DAPRI) e prof.º Márcio Nogueira, da diretoria adjunta de Pós-Graduação Stricto Sensu (DAPG), além da coordenadora do PPE/Poli-UFRJ, prof.ª Maria Cascão Ferreira de Almeida.
Homenagem
O professor emérito Benjamin Ernani Diaz foi homenageado em Sessão Solene da Congregação da Poli-UFRJ com a medalha André Rebouças na presença da diretora da Poli-UFRJ, professora Cláudia Morgado; do vice-reitor da UFRJ, prof.º Carlos Frederico Leão; do decano do Centro de Tecnologia, prof.º Walter IssamuSuemitsu;do presidente da Comissão de Mérito, prof.º Jorge Luiz do Nascimento; do chefe do Departamento de Estruturas, prof.º Ricardo Valeriano Alves; e da coordenadora do PPE/Poli-UFRJ, prof.ªMaria Cascão Ferreira de Almeida.
“O professor Ernani realmente encarna o espírito do engenheiro politécnico e essa capacidade deve ser elogiada e comemorada.Além disso, ele se preocupava em ensinar nos períodos do básico da Engenharia ferramentas e linguagens computacionaispara dar condição aos alunos de aprenderem conteúdos mais avançados nos últimos anos. Também encarou o desafio de ser prefeito da Cidade Universitária, uma função difícil na área de gestão, e se saiu muito bem”, destacou a diretora da Poli-UFRJ.
Ernani Diaz é formado em Engenharia Civil pela Poli-UFRJ, com o grau de Doktor-Ingenieur pela Universidade Leibniz de Hannover, na Alemanha. É autor e coautor de mais de 100 artigos publicados na área de Engenharia de Estruturas Civis e autor de diversos programas de computador. Já foi chefe do Departamento de Estruturas e prefeito da Cidade Universitária, sendo responsável pelo projeto de telefonia digital da UFRJ e do reflorestamento da Península do Catalão, participando de projetos de urbanismo, de asfaltamento e de reflorestamento da Ilha do Fundão.
“A história da minha vida está totalmente ligada à UFRJ. Eu agradeço este presente e me sinto emocionado”, celebrou o professor homenageado.
A Medalha André Rebouças foi criada em comemoração aos 225 anos da Escola Politécnica da UFRJ, ao final de 2017. Na frente, o rosto de André Rebouças (1838-1898), primeiro engenheiro negro do país. No verso está a logomarca que faz referência a um relógio, para simbolizar o tempo, com a “Ponte do Saber”, servindo de ponteiro e o pôr do sol representado pela composição de uma engrenagem simbolizando todas as Engenharias da Escola Politécnica.





06/11/2019
Escola Politécnica da UFRJ
Entrevista com Alice Cunha da Silva, engenheira nuclear

Quem não a conhecia e participou da VII Semana de Energia Nuclear (SEN) da Escola Politécnica da UFRJ, em meados de setembro, provavelmente se impressionou com a desenvoltura de Alice Cunha da Silva, 29 anos. Engenheira nuclear formada na Poli-UFRJ, ela falou na sessão de abertura da SEN sobre oportunidades e desafios do mercado e em painéis sobre a presença da mulher no setor nuclear e sobre os reatores do futuro. Mais impressionante, porém, é a trajetória acadêmica e profissional da jovem filha de uma técnica de enfermagem e de um auxiliar administrativo, criada em Santíssimo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que costumava levar mais de duas horas para chegar ao campus da universidade.
Alice começou a graduação em 2011 e já no primeiro ano conseguiu um estágio no OakRidgeNationalLaboratory, programa de ciência e tecnologia do governo americano. Em 2015, pouco antes de concluir o curso, foi a primeira brasileira a vencer uma Olimpíada Mundial Nuclear, em Viena, na Áustria. Muito ativa durante o curso, ela participou da organização de várias edições da SEN e da criação de uma divisão estudantil da seção latino-americana da American Nuclear Society.
Participou também do programa Ciências Sem Fronteiras e passou um ano na Penn StateUniversity, na Pensilvânia, EUA. Durante o intercâmbio, estagiou na Westinghouse e, ao retornar ao Brasil, estagiou também no escritório que a empresa acabara de abrir no Rio de Janeiro. Concluída a graduação em 2016, foi contratada. Paralelamente à rotina de engenheira nuclear, ela concluiu o MBA em Gestão e Gerenciamento de Projetos do Núcleo de Pesquisas em Planejamento e Gestão (NPPG) da Poli-UFRJ e está finalizando dissertação de mestrado em Administração na Universidade de Bordeaux, num programa de continuidade e complementação curricular, acertado entre a Poli-UFRJ e instituições de ensino francesas.
Além disso, ela integra a diretoria da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), faz parte do comitê executivo da Women in Nuclear, que tem como um dos objetivos estimular a participação de mulheres na área nuclear, além de outras diversas organizações. Na entrevista a seguir, Alice conta mais sobre sua trajetória e fala dos desafios e oportunidades da Engenharia Nuclear no Brasil.
Como você se interessou pela Engenharia Nuclear?
Escolhi Engenharia porque sempre tive paixão pela área das ciências exatas. Fiz o curso técnico em Informática no CEFET. Achava que queria ser programadora, mas percebi que tinha que fazer algo na Engenharia, quando entendi que significava utilizar os conceitos da ciência e aplicar em benefício da sociedade. Eu vi a Engenharia como meu futuro de carreira. Na época ainda não sabia que queria a Nuclear. Descobri quando fazia meu estágio técnico. Eu faziahelp desk e manutenção de computadores numa empresa do setor nuclear que tinha funcionários que trabalhavam nos escritórios ao redor da Usina Nuclear do Brasil, lá em Angra dos Reis. Ficava curiosa com aquele prédio que eu nem sabia o que era. Já tinha decidido pela Engenharia e próximo ao vestibular soube que a UFRJ tinha acabado de criar o curso de graduação em Eng. Nuclear. Resolvi colocar como minha primeira opção para descobrir o que seria. Entrei na UFRJ e já na primeira semana comecei a me encantar com a área.
O que a encantou exatamente?
A tecnologia nuclear é muito abrangente, tem aplicações em todas as áreas da vida do ser humano e há muito desconhecimento em relação a isso. As pessoas não sabem da quantidade de aplicações na área de Medicina que têm salvado a vida de pessoas, de como a produção de energia nuclear é limpa e que alguns países têm usado como parte da solução para problemas de saúde pública para diminuir a poluição do ar. A China e até a província de Ontário, no Canadá, por exemplo, investiram nessa tecnologia também para redução da poluição do ar. A tecnologia nuclear tem aplicações no espaço, tem aplicação na irradiação do sangue, de alimentos para aumentar seu tempo de prateleira, de equipamentos médicos para esterilização e até em obras de arte para conservação.
E como foi participar e vencer a Olimpíada Mundial Nuclear 2015?
Foi uma experiência muito gratificante. Um dos objetivos desta olimpíada é divulgar os benefícios da energia nuclear para o mundo. Cada etapa valia pontos e a inscrição consistia no envio de um vídeo de até 60 segundos. Mesmo sem nenhuma habilidade em edição de vídeo, produzi o material e divulguei em jornais, internet e até em programas de rádio. As etapas seguintes exigiam carta de recomendação e envio de um estudo sobre produção de radiofármacos, que são elementos radioativos utilizados na Medicina para o diagnóstico e tratamento de doenças, como o câncer. O trabalho final foi apresentado em Viena, na Áustria. Competi com estudantes de diversos locais do mundo e na final, com outros quatro finalistas, era a única representante das Américas e única mulher. Na edição da olimpíada deste ano, participei do processo de elaboração e também fui jurada em algumas etapas.
Você fez uma apresentação na SEN num painel sobre mulher e mercado e faz parte de organizações para estimular a participação feminina na Engenharia Nuclear. Enfrentou ou enfrenta preconceitos no dia a dia?
Quando eu entrei na faculdade de Engenharia Nuclear, na minha turma erámos 25 alunos, dos quais três mulheres. Atualmente são 144 estudantes no curso todo e 23 são mulheres. Um número ainda muito reduzido. Dificuldades como profissional eu passei e ainda passo muitas vezes, como por exemplo entrar em uma reunião com o meu chefe e acharem que eu sou secretária dele. Isso já aconteceu. Ainda escuto que não tenho cara de engenheira, mas nunca me deixei abalar por esses comentários. Eu não posso deixar de pensar que eu tenho um lugar, sim, numa carreira de Ciência e Tecnologia.
Eu falo bastante em diversos eventos sobre o papel da mulher na ciência, que ainda é muito reduzido. Em números, vemos uma maioria de mulheres na graduação, quando se leva em consideração todos os cursos, é claro, e quando você olha os números de mulheres em categorias altas na pesquisa, por exemplo, o número é extremamente reduzido. Na Engenharia ainda é muito difícil. Como engenheira nuclear trabalhando nesse ramo, desde antes da minha formação, vejo um número reduzido de mulheres chegando a posições mais altas e de liderança.
Há pesquisas que comprovam que a criança aos 6 anos começa a ter inconscientemente essa divisão do que é carreira de mulher e de homem. Então é um trabalho que tem que começar lá atrás para interromper essa visão de que existe diferença. E, além disso, existe a necessidade de um trabalho para estimular e ajudar as mulheres a crescerem em suas carreiras, porque ainda existe preconceito e resistência em dar uma posição de liderança a quem tem possibilidade de tirar uma licença maternidade. Isso é geral, não falo especificamente do setor nuclear. Então, tem que ter um trabalho de incentivo ao empoderamento, para que elas não desistam dessa possibilidade porque não se veem representadas lá, de igualdade salarial, e contra atitudes preconceituosas no mercado de trabalho
Desde o início da graduação você foi muito atuante. Foi algo planejado?
Foi natural. Como eu não sabia exatamente o que seria a formação, tomei a iniciativa de questionar muito. Como ficaria na faculdade cinco anos, no mínimo, para me formar, eu queria saber logo o que que era aquilo que eu não conhecia. Na segunda semana de aula eu já tinha vaga num laboratório. Também logo no início conversei com um palestrante que trabalhava em um laboratório americano e foi à universidade sobre um estágio fora do país. Essas iniciativas resultaram, logo no primeiro ano, em uma bolsa de Iniciação Científica e, na sequência, em um estágio no Tennessee, no OakRidgeNationalLaboratory. Foi um grande esforço conseguir e contei com ajuda do professor Luiz Leal, que era pesquisador nesse laboratório, em especial porque o estágio teria de ser janeiro e fevereiro que não é período de estágio lá. Depois continuei muito atuante até o fim do curso, realizei muitas visitas técnicas, participei e organizei eventos com os outros estudantes, fiz intercâmbio.
Mas o comportamento atuante não era apenas característica minha. De modo geral os estudantes da Engenharia Nuclear, principalmente os dos primeiros anos do curso criado em 2010, foram muito atuantes, e acredito que os atuais também são. Como era um curso novo, havia muito a ser desenvolvido e os estudantes tomavam a frente e tentavam participar do processo porque isso trazia crescimento para o curso que estávamos fazendo. Então, eu e os outros estudantes tivemos sempre a iniciativa de tentar trazer coisas novas, que iriam nos beneficiar dentro da UFRJ. Criamos, por exemplo, uma seção estudantil da Engenharia Nuclear que é a primeira da América Latina
O que você pode dizer para estudantes a partir da sua experiência na graduação?
Que é importante se dedicar, aproveitar as oportunidades e criá-las também. É procurar o “sim”, porque o “não” já temos. Eu usava muito esse slogan e também “quem não é visto, não é lembrado”. Participar de diferentes eventos, porque isso ajuda no networking com o setor. Meu contato com a empresa que eu trabalho hoje começou quando eu pedia patrocínio para a Semana da Engenharia Nuclear. Na universidade tive a oportunidade de conquistar coisas que não pareciam possíveis na minha família. Tentei aproveitar todas essas oportunidades e, quando não havia, tentava criar as minhas próprias oportunidades. Recebi diversos “nãos”. Até hoje eu recebo – de cursos, projetos, congressos e outros. Mas o fato de estar sempre tentando aumentou minha chance de receber alguns “sim” que foram marcantes e transformaram realmente a minha vida.
Você passou otimismo na mesa de abertura da SEN sobre as oportunidades do setor nuclear. Por favor, fale resumidamente sobre o que pensa em relação aos desafios e perspectivas do setor.
Vemos algumas decisões que o governo tem tomado para expansão do setor. Temos ouvido que o Plano Nacional de Energia, o planejamento energético feito pelo Ministério de Energia e que vai ser um plano até 2050, vai prever a expansão de usinas no país. Fora isso, existe a forte iniciativa de finalizar Angra 3, que está com a construção civil parada, e outras projetos e discussões até mesmo em áreas como mineração e radiofarmácia. Há projetos muito importantes em andamento, que apesar de atrasados em relação ao plano inicial, serão importantes para o Brasil, como o Reator Multipropósito Brasileiro, que vai produzir radiofármacos que o Brasil hoje importa em grande quantidade. São perspectivas positivas para o setor. Quanto aos desafios, na minha opinião, um dos maiores ainda é a necessidade de mais investimentos. Estamos numa situação de contingenciamento e de muitos cortes, mas há necessidade de o governo contratar mais pessoal, por exemplo. O setor nuclear ainda tem uma característica dos seus profissionais serem bem sêniores, então há necessidade de trazer novos profissionais, como os que a Poli-UFRJ está formando. Enfim, existem muitos desafios, muitas questões a serem tratadas, mas há essa visão positiva da iniciativa de expansão do setor, e da tomada de decisões que estavam pendentes em outros tempos e que agora vemos seguindo em frente.
Semana da Engenharia Nuclear da Poli-UFRJ mostra desafios e oportunidades

Um setor com desafios e muito potencial de crescimento e oportunidades. A sentença resume o discurso predominante em palestras, mesas-redondas e painéis da VII Semana da Engenharia Nuclear (SEN), realizada de 14 a 18 de outubro. A programação contou com a participação de profissionais do mercado, alguns ex-alunos do curso da Poli-UFRJ, e enfatizou a diversidade de frentes de uso da energia nuclear – da produção de energia à agricultura, do diagnóstico e tratamento de doenças à propulsão aeroespacial. Também foi discutida a participação das mulheres no setor.

“Superamos nossas expectativas. A participação dos alunos e o nível dos debates foram excelentes e acredito deram mais motivação e segurança sobre o cenário que nos espera”, comentou Andrey da Costa, aluno do 8º período de Engenharia Nuclear (EN) e copresidente da SEN.Vinícius Vasconcelos, do 4° período, que participou da comissão de organização, destacou o aprendizado e networking. “Muito rico o contato com que já tem experiência. Os alunos ganham muito conhecimento e começam a fazer uma rede de relacionamento.

Já Mariana Silva de Aguiar, do 8° período de EN, apontou a visita à Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e o painel sobre acidentes nucleares (Chernobyl, Fukushima e Goiânia) como pontos altos da programação. “Precisamos saber o que aconteceu para aprender. Foram erros que não podem se repetir.”

Matheus Cardoso de Carvalho, do 4° período de EN, participou pela segunda vez de uma edição da Semana e acredita que a SEN é muito importante não só para os alunos da Nuclear,mas para os de outros cursos também. “Ela trazinformações que muitos desconhecem a respeito da Ciência Nuclear, das suas aplicações e das tecnologias que envolve no cenário nacional e mundial.As palestras, num geral, são muito informativas”, comentou destacando também o painel sobre os acidentes: “Foi importante não só para sabermos mais sobre as falhas, mas o que foi feito para resolver.”
O professor e coordenador do Programa de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ, Paulo Frutuoso, que supervisionou o evento realizado por alunos de graduação em Engenharia Nuclear da Escola Politécnica e alunos de pós-graduação da Coppe, destacou o protagonismo dos organizadores e a importância que o contato estabelecido com empresas pode ter para os futuros profissionais. “Além da riqueza da programação, eles conseguem contato com as empresas e isso significa depois possibilidade de estágio, de emprego, e eventualmente até intercâmbio”, resumiu.
A Semana de Engenharia Nuclear teve patrocínio da Eletrobras, Rosatom, Framatome e apoios da Westinghouse, Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Programação
14 DE OUTUBRO – SEGUNDA-FEIRA
| Horário | Programação |
| 6:00 – 17:00 | Visita Técnica à INB – Indústrias Nucleares do Brasil |
15 DE OUTUBRO – TERÇA-FEIRA (AUDITÓRIO HORTA BARBOSA – CT BLOCO A)
| Horário | Programação |
| 8:30 – 10:00 | Credenciamento e café da manhã |
| 10:00 – 12:00 | Abertura VII SEN -Andrey Costa (Co-presidente da SEEN) -Katheren Nantes (Co-presidente da SEEN) -Paulo Fernando F. Frutuoso e Melo (Coordenador do PEN) -Andressa dos Santos Nicolau (Coordenadora da Graduação) -Marcelo Gomes (Eletronuclear) -Ruan Nunes (Rosatom América Latina Vice-presidente) -Giulia Di Sipio (Framatome) -Alice Cunha da Silva (Westinghouse) – Maria Alice Ferruccio (Diretoria Adjunta de Carreira e Empreendedorismo – DACE/Poli) |
| 12:00 – 13:30 | Almoço |
| 13:30 – 14:30 | Mesa Redonda: Mulheres do setor nuclear (WIN) -Andressa dos Santos Nicolau (COPPE/UFRJ) -Katheren Nantes (Co-presidentes da SEEN) -Anna Leticia Sousa (CNEN) -Alice Cunha (Westinghouse) |
| 14:30 – 16:00 | Palestra: Projeto Terra – Propulsão Nuclear Aeroespacial -Lamartine Nogueira Frutuoso Guimarães (IEAv) |
16 DE OUTUBRO – QUARTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
| Horário | Programação |
| 8:30 – 12:00 | Workshops -SolidWorks (Icarus) -LaTeX (A3+) |
| 12:00 – 13:00 | Almoço |
| 14:00 – 15:00 | Painel 1: Medicina Nuclear e a Produção de Radiofármacos -Fernando Fernandes (UFF) -Julio Cezar Suita (IEN) |
| 15:00 – 15:30 | Coffee Break |
| 15:30 – 17:00 | Painel 2: Usos Alternativos da Energia Nuclear: Agricultura, Indústria e Irradiação de Alimentos -Ricardo Tadeu Lopes (COPPE/UFRJ) -José Otávio Pedy(COPPE/UFRJ) -Edgar de Jesus (COPPE/UFRJ) |
17 DE OUTUBRO – QUINTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
Horário | Programação |
| 8:30 – 12:00 | Workshops -SolidWorks (Icarus) -Excel (Atuar Cursos) |
| 12:00 – 13:00 | Almoço |
| 13:00 – 15:00 | Painel 3: Reatores do Futuro -Alice Cunha da Silva (Westinghouse) -André Luiz Salgado (Framatome) -Ruan Nunes (Rosatom) -Leonardo Paredes Pires (Rosatom) |
| 15:00 – 15:30 | Coffee Break |
| 15:30 – 17:00 | Painel 4: O Futuro da Nuclear no Brasil -Marcelo Gomes (Eletronuclear) -Renato Vieira da Costa (INB) |
18 DE OUTUBRO – SEXTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
Horário | Programação |
| 9:30 – 12:00 | Painel 5: Acidentes Nucleares – Chernobyl, Fukushima e Goiânia -Andressa dos Santos Nicolau (COPPE/UFRJ) -Marco Antônio Bayout (UFRJ/CNEN) -Magno de Oliveira (Ex-Eletronuclear) |
| 12:00 – 13:00 | Almoço |
| 13:00 – 14:30 | Palestra: Introdução à Física dos Explosivos Nucleares -Wilson Freitas Rebello da Silva Júnior (UERJ) |
| 14:30 – 15:30 | Cerimônia de Encerramento |
