Engenheiros formados em 1969 recebem homenagem da Poli-UFRJ

Publicado em: 10/06/2020 Escola Politécnica da UFRJ
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“Emblemática,focada nos estudos e companheira”. Essas foram as palavras mais repetidas por ex-alunos da Escola Nacional de Engenharia, atual Escola Politécnica da UFRJ,para descrever a turma de engenheiros de 1969 em solenidade de comemoração pelos 50 anos de formatura.O encontro,realizado no dia 29 de novembro, no auditório do Centro de Tecnologia da UFRJ, reuniu 51 alunos,que presenciaram o descerramento de placa de homenagem, instalada no hall do bloco A,e receberam um certificado de reconhecimento da Escola Politécnica.

O professor emérito do Departamento de Engenharia Elétrica da Poli-UFRJ Luiz Pereira Calôba destacou que o encontro foi uma grande oportunidade para lembrar da época de aluno e reencontrar colegas de turma. “A cada dois meses nos reunimos também, mas em menor escala, com pouco mais de 10 pessoas. Já no fim do ano, marcamos um almoço, que reúne cerca de 30, no Círculo Militar da Praia Vermelha. Estes encontros são importantes, pois permitem resgatar boas memórias de grandes professores como Alcyr Pinheiro Rangel e Antonio José da Costa Nunes, além do dia a dia no campus. Ter este reconhecimento da universidade é motivo de alegria para todos nós”.

Intercambista cultural, o boliviano David Pacheco Roman veio acompanhado do colega e também ex-aluno Oscar Ramiro Fernandes, de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e não escondeu a alegria de retornar ao país. “Eu fico muito contente de aproveitar essa oportunidade. Considero o Brasil a minha segunda pátria, pois recebi aqui muito carinho e tratamento especial. Vim agradecer à Escola por me fazer um bom profissional, tendo uma carreira reconhecida em meu país”, agradeceu Roman, que retornou à Bolívia após o término do curso e, posteriormente, participou da construção da Ponte Rio-Niterói.

Já o Sebastião Ércules Melo de Oliveira, chefe do Departamento de Engenharia Elétrica por sete anos e professor da universidade há 50 anos, contou um pouco das dificuldades enfrentadas pela turma após a mudança do Largo do São Francisco para o Fundão. “No início existiam várias dificuldades, mas a principal foi em alocar os alunos, por conta da falta de salas de aula. Até soube de uma turma que teve que fazer o último ano no Largo”, lembrou o professor, frisando também satisfação em participar da cerimônia: “Um prazer rever pessoas que mudaram bastante com o tempo e de conhecer outra. Esse é um ambiente extraordinário”.

Refugiado na Península de Macau, o ex-aluno chinês Roberto Ricardo José veio para o Brasil em 1953, após o comunismo chegar ao poder no país dele. NaUFRJ, José cursou Engenharia Eletrônica e alcançou marcas esportivas, lembradas por ele durante a solenidade: “Sou muito conhecido entre os colegas por também ser atleta campeão carioca de levantamento de peso, bicampeão universitário, e eleito o melhor atleta do ano pelo jornal Correio da Manhã”.

A diretora da Escola Politécnica da UFRJ, professora Cláudia Morgado, reforçou a qualidade dos engenheiros formados pela Escola ao longo dos seus 226 anos. “Nesta turma tive maior proximidade com os professores Calôba e Sebastião porque fomos contemporâneos como docentes. Ambos são extremamente especializados, altamente qualificados, se destacaram em suas trajetórias profissionais e acadêmicas. Portanto, pela amostra que tenho, posso dizer que a Turma de 1969 foi uma excelente safra da da nossa Escola.”

Ex-aluno e professor do Instituto Coppead, o engenheiro mecânico César Gonçalves Neto agradeceu a homenagem: “O produto da universidade são os próprios alunos. A UFRJ tem que fazer isso com todas turmas. Nós temos prazer em nos encontrar”.

O Museu da Escola Politécnica, dirigido pelo professor Heloi José Fernandes – que esteve presente na solenidade, selecionou alguns registros do ano de formatura da turma para os homenageados apreciarem. Entre eles, apostilas antigas de processos gerais e equipamentos de construção que eram utilizados nas aulas de Engenharia Civil com o professor Antônio Manoel de Siqueira Cavalcante – conhecido como Siqueirinha; uma flamula da época; materiais como réguas T e de cálculo; e exposição dos sólidos geométricos do professor Alcyr Pinheiro Rangel.

02/12/2019
Escola Politécnica da UFRJ