Ambientável discute perspectivas para a sustentabilidade do sistema alimentar no país

Publicado em: 10/06/2020 Escola Politécnica da UFRJ
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“Como a Engenharia Ambiental pode contribuir para pensar no desenvolvimento sustentável do país?”. A pergunta feita pela diretora da Escola Politécnica, Cláudia Morgado, na abertura da 14° edição da UFRJ Ambientável ecoou por toda semana do evento, encerrado no dia 30 de agosto. A partir do esforço de alunos de Engenharia Ambiental para promover a semana acadêmica, respostas relativas a um sistema alimentar sustentável – diretamente relacionado ao crescimento sustentável do país – vieram em forma de palestras, mesas-redondas, oficinas e minicursos.O tema “Fome de Mudança: Alimentando o Ciclo de um Brasil Sustentável” procurou gerar reflexões sobre os atuais impactos causados pelo modo como a sociedade produz e consome seus alimentos, e apresentar soluções alternativas para esse cenário. Após participar das edições anteriores como ouvinte, desta vez a aluna Tamar Bakman, do 8° período, foi membro do time de organizadores da Ambientável. Para ela, a semana acadêmica é um meio de engajar o aluno a participar de debates que extrapolam as salas de aula. “Acho muito importante pensarmos no impacto da nossa alimentação. A gente se alimenta o tempo inteiro e não costuma pensar de onde vem o que comemos ou para onde vai o que descartamos”, comenta.Mudanças climáticas e a relação com a agropecuária, agricultura familiar, agroecologia, economia circular, geopolítica das abelhas, uso de agrotóxicos e descarte de alimentos foram apenas alguns dos temas explorados pelos palestrantes convidados. “Discutir os caminhos da alimentação é fundamental. Dentro desse ciclo perpassam vários assuntos de interesse, como uso do solo e da água, defensivos agrícolas, modais de escoamento, saúde, resíduos e economia. Ou seja, uma ótima oportunidade para discussão e aprendizagem”, afirma Monica Pertel, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental.Recentemente, a ONU disponibilizou um relatório onde alerta para a necessidade de reformular a forma como o mundo produz e consome alimentos, a fim de garantir uma sustentabilidade para o sistema alimentar até 2050. A previsão é que a população mundial chegue a 10 bilhões em 2050 e para que haja comida suficiente, mudanças urgentes devem ser feitas desde agora. O “Relatório de Recursos Mundiais: Criando um Futuro Alimentar Sustentável” revela que enfrentar esse desafio exigirá o fechamento de três lacunas: uma “lacuna alimentar” de 56% entre o que foi produzido em 2010 e os alimentos que serão necessários em 2050; uma “lacuna de terra” de quase 600 milhões de hectares (uma área quase duas vezes maior que a da Índia) entre a área agrícola global em 2010 e a expectativa de expansão agrícola até 2050; e um “gap de mitigação de gases de efeito estufa” de 11 gigatoneladas entre as emissões esperadas da agricultura em 2050 e o nível necessário para atender o Acordo de Paris para o clima.Para preencher as lacunas, o relatório pede ajustes significativos na produção de alimentos, bem como mudanças no consumo das pessoas. Desde o manejo da pesca silvestre até a quantidade de carne a ser consumida, o relatório fornece aos formuladores de políticas, empresas e pesquisadores um roteiro abrangente sobre como criar um sistema alimentar sustentável da fazenda até o prato.Fonte: https://nacoesunidas.org/relatorio-da-onu-pede-mudancas-na-forma-como-o-mundo-produz-e-consome-alimentos/
12/09/2019
Escola Politécnica da UFRJ