UFRJ lança projeto de solução habitacional simples

Publicado em: 10/06/2020 Escola Politécnica da UFRJ
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Na última segunda-feira (22/10), a Escola Politécnica da UFRJ (Poli-UFRJ) lançou o projeto Solução Habitacional Simples (SHS), uma iniciativa que busca contribuir para que comunidades vítimas de desastres e conflitos possam se organizar para sua própria recuperação. O projeto é resultado de dois anos de trabalho de extensão, envolvendo cerca de 100 colaboradores de diferentes unidades da UFRJ (Escola Politécnica, COPPE, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Letras, Escola de Comunicação, UFRJ Campus Macaé, UFRJ Campus Duque de Caxias), dentre eles 80 alunos, acumulando no período mais de 20 mil horas de atividades.

Segundo o coordenador do projeto SHS e professor do Departamento de Construção Civil da Poli-UFRJ, Leandro Torres Di Gregorio, o trabalho foi concebido com o propósito de reunir, em uma única metodologia, conhecimentos básicos que possam ser úteis na reconstrução de unidades habitacionais e equipamentos coletivos básicos, em regime de mutirão (construção comunitária), a partir do emprego de tecnologias de baixo custo.

“Nossa proposta é difundir uma tecnologia que permita que pessoas ou grupos possam contratar um profissional da engenharia ou arquitetura, e consigam colocar em prática um projeto de construção de casas, escolas ou postos de saúdes, em lugares afetados por desastres. Pretendemos, assim, acelerar e simplificar o processo de implementação, do ponto de vista do assistente técnico de uma prefeitura, Defesa Civil, Ong, ou escritórios de engenharia”, explica Di Gregorio.

No entanto, o coordenador do projeto ressalta: “O SHS não foi desenvolvido para ser aplicado de forma automática em situações específicas. Os interessados devem avaliar sua aplicabilidade caso a caso, sendo eles os responsáveis por sua utilização, independentemente das circunstâncias”.

Todo material será disponibilizado gratuitamente no site (www.shs.poli.ufrj.br), em cinco idiomas (português, inglês, espanhol, francês e crioulo do Haiti) e vídeos-aula podem ser visualizadas no canal do YouTube (https://bit.ly/2CzK1nm). Vale lembrar que o conteúdo também pode ser utilizado em pesquisas e estudos acadêmicos feitos por estudantes, professores e técnicos, mediante citação nos créditos.

De acordo com o vice-diretor da Poli-UFRJ, prof. Vinícius Cardoso, os trabalhos de extensão já fazem parte da origem da Universidade. “A Escola Politécnica tem vocação para extensão. Desde 1792 se dedica concretamente a resolver problemas sociais. Quando olhamos professores, se dedicando a projetos e alcançando resultados expressivos, que podem fazer a diferença na vida de quem precisa, nós ficamos orgulhosos, pois entendemos que a missão de formar engenheiros que resolvam situações complexas na sociedade está sendo cumprida, e a extensão integra este trabalho”, lembra.Já o diretor-adjunto de Desenvolvimento e Extensão (DADE), prof. Edilberto Strauss conclui: “Trata-se de um dos grandes exemplos que a gente tem dentro da Escola Politécnica, que mostra exatamente como esta tríade formada por educação, pesquisa e extensão, se correlacionam com a sociedade. A futura geração de engenheiros precisa ter essa prática e a sociedade espera essa conexão com a universidade”.O evento também marcou a conclusão da primeira turma do Curso de Extensão SHS (realizado nos dias 19, 20 e 22 de outubro desse ano), formada por haitianos que atualmente residem no Brasil, um estudante sírio, uma estudante da UFSC, além de representantes das seguintes instituições: Escritório Técnico da Prefeitura da UFRJ, Ong TETO, Ong Engenheiros Sem Fronteiras, Prefeitura Municipal de Niterói (RJ) e Prefeitura Municipal de São Lourenço (MG).A cerimônia de apresentação do projeto aconteceu no Auditório André Rebouças, com a presença também do chefe de Departamento de Construção Civil, prof. Assed Haddad; coordenador do Núcleo de Pesquisa e Gestão, prof. Eduardo Qualharini; coordenador do curso de Engenharia Civil da UFRJ Macaé, prof. Gustavo Magalhães; coordenador do Laboratório de Ensaios de Campo e Instrumentação da Coppe/UFRJ, prof. Fernando Danziger.
25/10/18
Escola Politécnica da UFRJ